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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A MÚSICA BRASILEIRA DURANTE A REPÚBLICA MILITAR,

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Entre 1964 a 1985 o Brasil vivenciou a República Militar. Além de características econômicas, políticas e sociais, o período também foi marcado por importantes movimentos culturais através do teatro, cinema e música. A seguir, analisarei um pouco dos estilos musicais da época considerando as influências ideológicas do período.

Na década de 1960, a música brasileira já apresentava alguns estilos como o samba e a bossa nova. Aos poucos, também foram se desenvolvendo outros estilos como a jovem guarda, o rock  e o tropicalismo. O surgimento da televisão e os inovadores programas de auditórios ajudaram na propagação dos movimentos musicais do período. Contudo, com a própria dinâmica do regime militar, na medida em que a censura foi se desenvolvendo, logo ficou claro que os estilos musicais acabariam sendo influenciados pela conjuntura política que o país passava.

Inicialmente, vamos analisar a Jovem Guarda. Tal estilo deriva de um programa de auditório comandado por Roberto Carlos na TV Record. As música exaltavam relações amorosas, consumo, conflitos juvenis e inovava com a instrumentalização através do uso da guitarra elétrica. Os críticos desse movimento musical acusavam os membros da jovem guarda de serem alienados, acríticos e apolíticos, ou seja, insensíveis aos problemas políticos. Alguns membros da bossa nova e da MPB criticavam a estética e o uso das guitarras elétricas dos membros da Jovem Guarda. Vários artistas se destacaram nesse movimento que além de Roberto Carlos destacam-se Erasmo Carlos, Vanderleia, Reginaldo Rossi, Vanusa, Jerry Adriano, etc. Ao longo dos anos, poucos conseguiram se manter na mídia e grande parte acabou entrando no ostracismo.

Outro movimento musical do período foi o Tropicalismo. Esse gênero buscava integrar a influência estrangeira com o produto musical nacional. Gilberto Gil, Caetano Veloso, Os Mutantes e Tom Zé produziam letras que iam desde uma descrição da cultural brasileira a temas políticos que criticavam a ditadura como a música é proibido proibir de Caetano Veloso. O tropicalismo foi duramente combatido pelos militares. Alguns cantores foram exilados e outros acabaram sendo censurados só voltando a ter suas músicas liberadas após o fim do Regime Militar.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O Papel da Comissão Nacional da Verdade: revanchismo ou trasparência?

Formada durante o governo Dilma Roussef, "a Comissão Nacional da Verdade foi criada pela Lei 12528/2011 e instituída em 16 de maio de 2012, tendo por finalidade apurar graves violações de Direitos Humanos ocorridas entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988". Diferente do que  a grande mídia prega, esta comissão objetiva revelar fatos "ocultos" contidos em vasta documentação  em tribunais militares, quarteis e outros arquivos além também de colher depoimentos de testemunhas. 
Como foi supracitado, o período de investigação compreende os fatos ocorridos desde o governo Dutra até meados do governo Sarney. Porém, tal comissão não possui poder de caráter punitivo para os envolvidos, mas o papel de transparência de episódios omitidos da sociedade pública por parte do Estado como crimes de tortura, ocultação de cadáver, mortes suspeitas, etc.
Daí, o papel desempenhado por esta comissão é de grande imprtência, pois, contribuirá, a médio prazo, na divulgação de informações históricas que auxiliarão numa maior compreensão do passado.

sábado, 10 de agosto de 2013

A política intervencionista dos EUA na América Latina durante os séculos XIX e XX: da Doutrina Monroe ao combate do comunismo



       A formação e consolidação dos EUA como potência econômica, política e bélica só pode ser compreendida a partir de detalhada e complexa análise histórica. Max Weber já observava o desenvolvimento econômico e científico norte americano entre o final do século XIX e início do século XX. Alex de Tocqueville analisou os “avanços democráticos” das ideias liberais nos EUA durante o século XIX. Contudo, concomitante ao desenvolvimento do liberalismo, a burguesia norte americana, principalmente após a Guerra da Secessão (1861-1865), inicia uma política imperialista e intervencionista  no continente americano e em parte da Ásia que objetiva a busca por matérias primas e novos mercados no intuito de garantia de acumulação de capitais. Em nome da democracia, ocultava-se uma forte política de intervenção política, econômica e cultural.
Em partes, primeiramente procurarei demonstrar as principais etapas do desenvolvimento norte americano a partir da luta pela independência no século XVIII e a consolidação do Estado Nacional durante o século XIX. Depois, analisaremos a desenvoltura da política externa norte americana para a América Latina durante o século XX.

A Colonização  Inglesa na América e a Independência das Treze Colônias

Em meados do século  XVI, colonos ingleses iniciaram o processo de migração para o "novo mundo", a América. Vários fatores contribuíram para esse processo migratório: perseguições religiosas, a expansão mercantilista inglesa, a busca por novas condições de vida. No novo continente, gradativamente foram se desenvolvendo treze colônias que acabaram se diferenciando: as colônias do Sul (escravocrata e agrícola) e as do Norte (trabalho assalariado e comercial ). Tais colônias possuíam relativa autonomia em relação a coroa inglesa, pois comercializavam com a América Central, com outros países europeus a também com a África. Esse comércio era denominado Triangular.
O comércio autônomo dessas colônias contribuiu para um forte acúmulo de capital e também  no desenvolvimento de uma burguesia progressista principalmente na região norte onde foram criadas universidades, jornais e demais serviços que contribuíram para o desenvolvimento daquelas colônias. Porém, após a Guerra dos Sete Anos entre França e Inglaterra, a autonomia comercial das Treze Colônias Inglesas na América passou ser prejudicada pela políticas tributárias da Coroa Inglesa, que, para se recuperar da Guerra dos Sete Anos passou a criar impostos e taxas como a Lei do açúcar, Lei do Selo e a Lei do chá.
Fortemente influenciada pelas nascentes ideias iluministas, a burguesia colonial reage a tais política tributárias através da Revolta do chá de Boston. Porém, a reação da coroa inglesa foi rápida com a criação das chamadas Leis intoleráveis que entre outros aspectos fechava o porto de Boston. Os colonos norte americanos reunidos duas vezes na cidade da Filadélfia decidem boicotar e depois romper com a Inglaterra. No dia 4 de Julho de 1776, Thomas Jefferson publicava a Declaração de Independência das Treze Colônias. Tal documento era fortemente influenciado pela ideias do filósofo inglês John Locke que pregava soberania popular através de um governo civil e direito de rebelião contra um governo tirano. Entretanto, a coroa inglesa não aceitou a independência e iniciou uma ofensiva militar: iniciava a guerra da independência (1776-1781) entre colonos norte-americanos e ingleses. Com o auxílio da França e da Espanha os norte-americanos venceram os ingleses na batalha de yorktown em 1781. Em 1783, através do Tratado de Versalhes, os ingleses reconheciam a independência das Treze Colônias. Nasciam os Estados Unidos da América.

Dica de filme - O Patriota de Mel Gibson

Rodrigo Abrahão



Continuação

 Após o reconhecimento da independência, a burguesia norte-americana tratou de criar um sistema político e jurídico que garantisse as liberdades democráticas através de um governo civil com autonomia dos poderes e que ao mesmo tempo pudesse proteger e defender o direito a propriedade privada. Tal sistema foi influenciado pelas ideias de Jonh Locke e o regime criado foi a República Federativa Presidencialista tendo como primeiro presidente George Washington.

Contudo, as liberdades universais não eram acessíveis a todos nos EUA, pois a escravidão nas colônias do sul continuou. Porém, tais conquistas acima citadas, para aquele momento, são progressistas, pois era um avanço em relação ao sistema do antigo regime. As ideias da Revolução Americana atravessam o Atlântico e ressoam na Europa durante a Revolução Francesa.

As críticas ao Antigo Regime crescem: governos despóticos devem ser substituídos por governos civis, o monopólio comercial deve dar lugar ao liberalismo econômico e a sociedade estamental deve ser abolida. e em seu lugar deveria nascer uma sociedade livre. O Antigo Regime entra em crise e decai na Europa e na América.

Os EUA logo procuram garantir o direito de autonomia dos povos americanos e lançam a Doutrina Monroe: "América para os americanos". Na verdade, era uma oposição a qualquer tentativa de recolonização por parte dos europeus em relação a América. Tratava-se do início do imperialismo dos EUA. através do reconhecimento imediato dos processos de independência, inclusive do Brasil em 1822. O que estava em jogo era a liberdade de comércio.

Internamente, a Marcha para o Oeste e o destino manifesto apenas refletem o nascente imperialismo norte americano. Entretanto, ainda haviam vários obstáculos ao livre comércio e a circulação de capitais como a escravidão e as baixas taxas protecionistas que caracterizavam as colônias do sul. Tem início a Guerra da Secessão.


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Revolução industrial


Apesar de muitos historiadores não gostarem do termo Revolução Industrial, pode-se afirma que este processo caracterizou-se pala passagem gradual da produção manufatureira para a produção através das máquinas. Tal fenômeno ocorreu na Inglaterra durante o século XVIII e posteriormente se expandiu para outros países da Europa, Ásia (Japão) e América (EUA).

Para que a Revolução ocorresse na Inglaterra, uma série de fatores contribuíram ao longo dos séculos XVI ao XVIII, foram eles: acumulação de riqueza proveniente da exploração colonial, a revolução gloriosa, que, do ponto de vista político e jurídico, colocou a burguesia inglesa no poder, a disponibilidade de jazidas de carvão e ferro em solo inglês e a necessidade de aumentar a produção, este constitui o principal fator, pois a produção manufatureira já não era capaz de atender a demanda nas colônias e mercados ingleses.



Século XVIII, Inglaterra:

Com o aumento por demanda de produtos em suas colônias, os capitalista ingleses ou burguesia comercial tentam de toda a forma aumentar a produção. Daí, investem fortemente em pesquisas que resultam na criação dos elementos que aceleram o processo produtivo: tear hidráulico, tear mecânico e finalmente a máquina a vapor.
Iniciava-se a Revolução industrial e a indústria têxtil inglesa era a principal beneficiada. Uma máquina poderia produzir muito mais, em tempo hábil e ao mesmo tempo produziria por 80 homens . Precisava-se agora apenas de um ser humano para a máquina: o operário.
A burguesia comercial passa agora a ser dona de fábricas e indústrias. As chaminés e o vapor mudam a paisagem rural. Liverpool, Manchester e outras cidades são os símbolos do "progresso". A burguesia se ver maravilhada com um processo que só aumentava demasiadamente seu lucro e colocava a Inglaterra a frente das demais nações em relação ao processo produtivo. 

Já que a produção estava mais rápida, o transporte deveria ficar mais rápido (locomotiva a vapor). O transporte mais veloz a comunicação tinha que acompanhar ( o telégrafo). Contudo, os benefícios do "progresso" beneficiava uma minoria.



Consequências da Revolução Industrial

Entre as várias consequências da Revolução Industrial inglesa, podemos sintetizar o seguinte:

Desenvolvimento de uma forte burguesia industrial;
maior dinâmica no processo produtivo, de transporte e comunicação;
mudanças na organização do espaço urbano e rural;
decadência da manufatura;
Surgimento do operário;


Espero ter ajudado,

Abraços,

Rodrigo A.

MATERIALISMO HISTÓRICO, O QUE É?


Compreende-se por materialismo histórico a interpretação do desenvolvimento humano a partir de relações de produção e do trabalho. Essa teoria foi criada pelos filósofos Karl Mark e F. Engels durante o século XIX.

Críticos da dialética hegeliana, Marx e Engels passam a afirmar que o “motor” da história não são as ideias em sim, mas o conjunto de relações de produção baseados na força de trabalho humano, meios de produção e modos de produção. Para Marx e Engels, a forma como é realizada a produção numa determinada sociedade é que vai refletir nas ideias de um povo. Ou seja, concepções religiosas, Estado, família, direito, filosofia nada mais é do que um reflexo do modo de produção dominante.

Por exemplo, na idade antiga, principalmente no Egito e Mesopotâmia, predominava o modo de produção asiático onde o Estado tinha a posse dos meios de produção e a base do trabalho era composta pela servidão coletiva baseada em camponeses. Daí, no caso do Egito, a religião seria um reflexo dessas relações de produção, pois ideologicamente o Faraó era um deus a que todos deveriam servir.

Na antiguidade clássica, Grécia e Roma, predominou o modo de produção escravista caracterizado pela posse particular dos meios de produção e pela escravidão individual. Contudo, as leis garantiam tal processo, que em alguns casos chamava-se, no campo político de democracia. 

Porém, Marx e Engels afirmavam que tudo que é sólido desmancha no ar. Assim, as relações de produção não duram para sempre. Marx assegura que quando as relações de produção entram em contradição, o modo de produção tende a entrar em crise. Logo, as instituições que predominavam começam a ruir. Isso é percebível na crise da escravidão romana como também na crise feudal. 

A partir dessa análise histórica, Marx e Engels passam a observar o capitalismo que é um modo de produção constituído pelos meios de produção concentrados na burguesia enquanto que o trabalho é desenvolvido pelos proletários. Essa contradição, numa fase mais avançado do capital, levaria a sua crise, destruindo as relações de classe e instituições presentes.

Abraços,

Rodrigo A.